O romance sentimental
LITERATURAGÊNEROS LITERÁRIOS
George Lucas Casagrande
7/15/20251 min read
Diretamente ligado ao surgimento do Romantismo, movimento marcado pela valorização do indivíduo, pela exaltação da emoção sobre a razão e pela fuga da realidade, esse subgênero de estilo retórico tem acentuada ênfase no sofrimento. O romance sentimental causou grande entusiasmo nos leitores de seu tempo, que se identificaram com suas características intensamente emotivas.
Em sentido amplo, o romance sentimental é qualquer narrativa que explore a capacidade do leitor de sentir ternura, compaixão ou simpatia em grau desproporcional, muitas vezes apresentando uma visão nebulosa, idealizada ou irrealista da realidade. Também chamado de “romance romântico”, é tão popular que muitos leitores com pouca familiaridade literária tendem a associar toda a produção romanesca à ideia de histórias repletas de sentimentos, lágrimas e finais felizes ou trágicos.
Um exemplo clássico do subgênero está em Os sofrimentos do jovem Werther (1774), de Johann Wolfgang von Goethe. Eis um trecho representativo:
“Ah, como sinto, como sinto profundamente que o destino do homem está todo em seu coração, no poder que ele tem de ser feliz! [...] Sinto que poderíamos ser tão felizes, tão felizes!”
Outros exemplos notáveis incluem A nova Heloísa (1761), de Jean-Jacques Rousseau. No Brasil, destacam-se romances urbanos como Lucíola (1862), de José de Alencar, além de A moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo, ambos fortemente marcados por idealizações amorosas e conflitos sentimentais.
No cinema, o romance sentimental é um dos gêneros mais populares, explorando intensamente temas como amor impossível, perdas e reencontros. Um dos exemplos mais emblemáticos dessa linha é A culpa é das estrelas (2014), dirigido por Josh Boone, adaptação do romance homônimo de John Green. Outro exemplo é Querido John (2010), dirigido por Lasse Hallström, além de outros filmes baseados na obra de Nicholas Sparks.