O romance gótico

LITERATURAGÊNEROS LITERÁRIOS

George Lucas Casagrande

7/15/20251 min read

Aqui estamos diante de mais um subgênero popular do romance. O próprio nome já nos dá pistas: o romance gótico é aquele em que a ação, geralmente, se passa no interior de um castelo ou mosteiro. Trata-se de uma narrativa de terror ou suspense, embora admita elementos caricatos, com uma leveza grotesca. O aparecimento de monstros e fantasmas também é comum.

O castelo de Otranto (1764), de Horace Walpole, constitui uma das primeiras narrativas do gênero. O morro dos ventos uivantes (1847), de Emily Brontë, também se enquadra parcialmente no estilo gótico (as irmãs Brontë eram grandes leitoras do gênero). Exemplos mais populares do subgênero são Frankenstein (1818), de Mary Shelley, e Drácula (1897), de Bram Stoker.

Com o passar do tempo, todo tipo de romance com ambientação claustrofóbica, por conter elementos de terror e mistério, passou também a ser chamado de gótico, como é o caso das obras de Stephen King e Edgar Allan Poe. Ou seja, embora o espaço narrativo tenha mudado, há em diversas obras ecos do estilo gótico.

Otto Maria Carpeaux descreve algumas características do gótico:

“Castelos mal-assombrados, com quartos misteriosamente fechados e adegas horríveis, quadros de antepassados que começam a falar, armaduras que se mexem — todo esse ‘romantismo de objetos’ (os alemães usam a expressão Requisitenromantik), que enche até hoje os produtos do romantismo baixo da literatura popular, tem origem naquele racionalismo às avessas do fim do século XVIII; servia, então, como hoje, à necessidade de evasão, pela leitura, de massas incultas. É a origem do thriller.”

No cinema, esse gênero é amplamente explorado, pois serviu de inspiração para obras de suspense e terror de diversas naturezas. Recentemente, um ótimo exemplo que utiliza a estética gótica de forma muito interessante é o filme Batman (2022), dirigido por Matt Reeves.