O romance de tese ou romance social

LITERATURAGÊNEROS LITERÁRIOS

George Lucas Casagrande

7/15/20251 min read

Esse subgênero literário está associado à produção de textos com finalidade utilitária, voltados a persuadir o leitor acerca das ideias e argumentos apresentados neles. De acordo com Massaud Moisés:

“trata-se de um romance que, ao discutir questões sociais, políticas ou religiosas, apresenta e sustenta uma tese oriunda de áreas como a Ciência, a Filosofia ou a Teologia.”

Para compreender melhor esse tipo de romance, é importante salientar que o termo tese pode assumir duas acepções. Em sentido amplo, toda obra de arte contém uma tese implícita, uma visão de mundo subjetiva que permeia a criação literária. Entretanto, no sentido estrito, o conceito se aplica principalmente à prosa de ficção, e ocasionalmente ao teatro, para designar narrativas construídas com base em uma doutrina claramente formulada. Nesse sentido, o romance de tese busca conhecimentos externos à estética, incorporando-os com o objetivo de defender, ilustrar ou divulgar determinado ponto de vista por meio da ficção.

Victor Hugo, em Os Miseráveis (1862), articula uma crítica social e moral fundamentada em valores humanistas. Émile Zola, no naturalista Germinal, desenvolve uma tese apoiada em princípios científicos e sociológicos que explicam as condições de vida do proletariado. No contexto brasileiro, Aluísio Azevedo é um dos nomes mais representativos do romance de tese, especialmente em obras como O Cortiço (1890) e Casa de Pensão (1884), nas quais denuncia desigualdades, condições de moradia e mecanismos sociais de opressão.