Metodologias ativas de aprendizagem: definição, vantagens e exemplos

Descrição do post.

ARTIGOS

Embora a evolução tecnológica sempre esteve presente na vida do homem, não podemos deixar de perceber que no século XXI ela avança de forma avassaladora. Eu tenho certeza que você já parou para se perguntar: quais são os limites do homem e para onde essas mudanças vão nos levar? Essa pergunta é compreensível, pois a maneira como o homem se relaciona na sociedade está mudando a cada instante, em um ritmo frenético. As mudanças mais significativas estão presentas nas relações de trabalho e na educação. Essa última ganhou novas abordagens, possibilidades e recursos. Se antes a educação era composta apenas por práticas passivas, aulas expositivas inflexíveis, carteiras enfileiradas e conteúdos copiados, hoje ela está bem diferente.

Essa mudança trazida pela tecnologia na educação aumentou o repertório dos professores, dando a possibilidade dos docentes criarem aulas mais organizadas, dinâmicas, inovadoras e eficientes. E para assegurar um ensino de qualidade utilizando essas ferramentas tecnológicas de modo mais assertivo, é primordial aos profissionais da educação compreenderem o conceito e a importância das chamadas metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Isso porque são alternativas pedagógicas que estão ganhando cada vez mais espaço no ambiente escolar. Acima de tudo, são práticas que objetivam aumentar ainda mais o protagonismo do estudante no processo de educacional.

A utilização das metodologias ativas são essenciais para a autonomia, a interação, a colaboração e a confiança dos alunos na educação. Ganham mais atenção aquelas atividades que estimulam alunos a pensar, a debater, a tomar iniciativa com engajamento e protagonismo. Afinal, se o centro da educação é o educando, e o objetivo do ensino é a formação do ser humano em todas as suas dimensões, a transformação do ambiente escolar mediante metodologias inovadoras é imprescindível para a melhoria do ensino, você não acha?

“A linguagem não pode ser imobilizada, da mesma forma que os seres humanos não podem ser imobilizados.” Irandé Antunes.

ENSINO HÍBRIDO

O objetivo da educação híbrida é equilibrar o formato de aprendizagem. É o ensino que mistura educação presencial e educação remota. É feito mediante ferramentas e tecnologias diversificadas, como por exemplo videoaulas gravadas ou ao vivo, e possibilita uma boa introdução a novidade do mundo tecnológico. Além disso, pode manter os alunos engajados em ambientes de aprendizagem diversos. O professor consegue ter maior controle de seus conteúdos, otimizando tempo e práticas que presencialmente seriam mais demoradas.

Vantagens:

  • Engaja melhor os alunos, aumentando a colaboração e a interação entre todos. Dessa forma, o ambiente fica mais participativo, dinâmico e ativo.

  • Permite armazenar, planejar e organizar melhor as atividades, mantendo arquivos salvos e seguros, além de contar com a privacidade na área do professor e dos alunos.

  • Melhora o acompanhamento do aluno no ensino, ajudando pais a ficarem mais atentos ao processo de aprendizagem dos filhos.

2- APRENDIZADO POR RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

A ideia central dessa metodologia é envolver os estudantes em um projeto, que pode durar semanas ou até meses. Depois disso, propor soluções colaborativas para solucionar determinado problema, de forma inovadora, enérgica, ativa e livre. A ideia é que eles aprendam a aplicar conceitos teóricos na vida prática. A sugestão é que esse projeto esteja vinculado a vida, bairro, rua ou comunidade dos estudantes. Essa atividade fortalece os alunos a enfrentarem “o mundo real”.

Vantagens:

  • Estimula a relação interpessoal, a socialização, a divisão de atribuições. Essas habilidades que serão primordiais na vida profissional.

  • Melhora a competência socioemocional dos alunos.

  • Ajuda o aluno a compreender melhor o meio em que vive, caso a resolução do problema esteja contextualizado à sua vida, rotina e condição social. Estimula a reflexão crítica e trabalha a cidadania.

3- GAMIFICAÇÃO

De certo modo, a inclusão dos jogos na educação não é algo novo. Porém, a implementação de jogos na educação mediante aparelhos tecnológicos é algo recente. A gamificação é uma metodologia que preza, acima de tudo, pela interação, concentração e competitividade. O celular, que geralmente é o maior vilão do foco dos estudantes, passa a ser uma ferramenta aliada ao ensino. As aulas ficam mais divertidas e interessantes, e a aprendizagem é feita de forma lúdica e interativa.

Vantagens:

  • Através da fusão entre ensino e diversão, o conteúdo passa a ser melhor vinculado e contextualizado, criando um ambiente de aprendizagem menos maçante.

  • Possibilita a introdução de novos componentes digitais que acompanham a evolução, as habilidades e as conquistas de determinado aluno.

  • Estimula os alunos ao senso da determinação, competição e desafio. Melhora o foco e a concentração nas atividades.

4- SALA DE AULA INVERTIDA

Retomando a ideia do ensino híbrido, a metodologia chamada de “sala de aula invertida” também é recorrente no ensino. O professor propõe o estudo de determinado conteúdo em casa e a resolução das atividades em sala de aula. Dessa forma, o aluno estuda o conteúdo previamente e depois discute os conhecimentos adquiridos em sala, relatando o que compreendeu da matéria. Nessa metodologia, há também a possibilidade do uso de diversos materiais digitais: vídeos, games, podcasts, textos, artigos, sites, etc.

Vantagens:

  • Introdução de atividades personalizadas e variadas, que podem ter vários formatos, volume de questionamentos, ferramentas. Obriga o aluno a retomar o conteúdo estudado em casa e mostrar na prática o que absorveu da matéria.

  • A atividade online pode ser melhor supervisionada pelo professor. Melhora a organização, planejamento e participação dos alunos.

  • Como o conteúdo já foi previamente estudado pelo aluno, o professor pode ministrar sua aula trabalhando diretamente nas dificuldades do aluno, além de revisar, discutir e estimular os debates em grupo.

5 – METODOLOGIA STORYTELLING

A técnica storytelling não é nova, pois o ser humano sempre foi propenso a narrar histórias de todos os tipos. Quando nós somos expostos a uma história, nosso cérebro assimila e fixa o conteúdo de forma mais eficaz. Com as novas tecnologias, o storytelling ganhou uma nova roupagem, e a capacidade de capturar a atenção e o envolvimento do aluno cresceu bastante se pensarmos nas possibilidades digitais: inclusão de vídeos, podcasts, ebooks, etc. A metodologia storytelling pode fazer os alunos se identificarem melhor com o professor, gerando um ambiente de pertencimento e acolhimento. Além disso, a técnica da narração é auxiliar de outras metodologias apresentadas no meu artigo.

Vantagens:

  • Potencializa as atividades de leitura, escrita, literatura e interpretação de textos. Suscita o interesse em histórias de ficção, abrindo possibilidades para novas atividades em sala de aula.

  • Desenvolve a escuta ativa, a imaginação e a sensibilidade. Ajuda a recordar e reter melhor determinados conceitos, figuras de linguagem, além de fomentar o pensamento crítico e reflexivo.

  • Melhora a capacidade de estruturação, expressão e julgamento, preparando o aluno para novos desafios que podem surgir em seu desenvolvimento como indivíduo.

6 - MAPAS MENTAIS

A metodologia do mapa mental é bem conhecida. É um plano que cria resumos cheios de símbolos, cores, setas e frases de efeito, com uma estrutura visual simples utilizada para organizar as ideias e pensamentos. É como uma árvore genealógica, mas feita a partir de elementos geométricos. Na hora de estudar para uma prova, por exemplo, o mapa mental pode ser uma ferramenta útil para resumir o excesso de informação de determinados temas. Através do uso de cores vibrantes, o mapa auxilia o aluno a memorizar questões mais complexas, fixar assuntos e relacionar conceitos.

Vantagens:

  • Permite assimilação melhor de conceitos complexos, dando possibilidade do professor observar se o aluno tem boa capacidade para criar conexões lógicas de determinada matéria.

  • Estimula a criatividade e a socialização dos alunos com aulas mais dinâmicas, coloridas e interativas, que podem ser ministradas em programas de criação e edição de imagens.

  • Permite a melhoria da redação através da produção de diferentes tipos textuais (descritivos, narrativos ou argumentativos) sobre as ideias resumidas no mapa.

A APRENDIZAGEM SEGUNDO WILLIAM GLASSER

A boa educação é aquela em que o professor pede para que seus alunos pensem e se dediquem a promover um diálogo para promover a compreensão e o crescimento dos estudantes” (William Glasser)

As vantagens e benefícios das metodologias ativas vão de encontro com a teoria da pirâmide, cujo desenvolvimento serviu de base para muitas inovações na educação contemporânea. A criação da teoria é atribuída ao psiquiatra americano William Glasser, que defende a ideia de que a retenção do conhecimento no ensino é maior quando as atividades estimulam a participação e o protagonismo. A pirâmide divide a aprendizagem em dois grupos: métodos de aprendizagem passiva e métodos de aprendizagem ativa.

Podemos verificar que as atividades que incluem aprendizagem ativa e estimulam o protagonismo do aluno – debate, prática, interpretação, expressão, elaboração, resolução de problemas – são responsáveis por proporcionar um nível de retenção de 70% a 95%. Contudo, é preciso saber que a pirâmide não tem o objetivo de desqualificar os primeiros níveis de aprendizagem. Muito pelo contrário, pois mostra que a a leitura, a escuta ou a observação podem ser reformuladas, expandidas e recicladas na prática diária. Misturando os níveis de aprendizagem, a compreensão do conteúdo de um livro pode ser muito maior, por exemplo.

Portanto, a neurociência e a psicologia andam de mãos dadas com a educação. Sendo assim, a pirâmide da aprendizagem nos dá um ótimo embasamento para a implementação de metodologias ativas no ensino.

CONCLUSÃO

A eficácia das metodologias ativas dependerão da criatividade do professor e da filosofia das escolas. Mas se o desejo é inovar, ver uma sala de aula engajada e turmas interessadas, a implementação dessas metodologias podem ser uma excelente alternativa.

Estudo não é uma questão de quantidade, mas de qualidade. Você não deve estudar mais, e sim estudar melhor.” Prof. Pierluigi Piazzi

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