Comentários sobre a série "Bates Motel"

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ARTIGOS

As séries televisivas são definitivamente a moda do século XXI. Com o fator Netflix, o acesso (e o sucesso) desse tipo de produção foi estupendo. De tempos em tempos, uma série nova aparece e torna-se “pop”, virando obrigação para os fãs do modelo. E se você não acompanha a série do momento, desculpa meu amigo, mas você terá sérias dificuldades de relacionamento. Um dia pretendo seguir um pouco a cartilha e me socializar mais, porém confesso que estou sempre atrasado em relação as novidades por um motivo: gosto de começar a assistir os episódios de uma série apenas quando elas terminam completamente. E uma das que terminei recentemente foi Bates Motel, que fez um baita sucesso nos últimos anos.


Como um fã incondicional da obra de Hitchkock, eu não poderia deixar de assistir a atração. O atormentado Norman Bates, icônico personagem de Psicose, se tornou “cult” e figura, ao lado de Hannibal, como o psicopata mais famoso do cinema. Ele se tornou célebre no cinema pelas mãos de Hitchcock em 1960, embora seja criação do escritor Robert Bloch. Psicose teve um sucesso estrondoso desde o seu lançamento, e depois ainda teve outras três continuações. Mas elas deixaram o suspense de lado, e partiram para uma produção mais trash, recheada de bizarrices. Algo parecido com o que aconteceu com Jaws, o grande sucesso de Steven Spilberg também teve outras três continuações pouco lembradas, menos medonhas e mais toscas. Em 1998, Psicose teve um remake, mas que também ficou devendo, sendo pouco lembrado até hoje.


Foi só em 2013, portanto, que Psicose voltou a tona pra valer. Bates Motel veio com uma proposta parecida com a última produção interpretada por Anthony Perkins em 1990: a série conta a história de Normam Bates desde os tempos de adolescente. O spin-off é uma tendência das produções contemporâneas que acho bem interessante, e podemos usar exemplos para diversos gostos, que vão desde personagens como Malévola e X-man, ou também personagens de séries famosas, como Better Call Saul ou Mayans.


Para se tornar sucesso, Bates Motel procurou se adaptar, e a história se passa em um mundo moderno, com todas as benevolências materiais dos dias de hoje. Assim, a série cumpre um certo padrão típico do modelo de produção, talvez por ele ser muito popular entre os mais jovens, que são os grandes consumidores do produto. O elenco, a grosso modo, é composto por adolescentes, e a participação da cantora pop Rihanna, na última temporada, também é prova de uma proposta voltada para a geração Y. Mas embora a série tenha sido feita para um público contemporâneo, ela também é perfeita para qualquer idade. Portanto, mesmo levando em conta tudo isso, ela de maneira nenhum se encaixa em um terror teen enfadonho. E se o filme clássico é perturbador logo de cara, na série as coisas vão acontecendo de forma gradual. As primeiras temporadas são mais detalhadas, e só depois a trama evolui para um terror psicológico brutal.


Confesso que gostei mais das três primeiras partes, e achei que a produção ficou devendo em momentos cruciais posteriores, mas nada que o faça não valer a pena de ser vista. Alias, só pela forma brilhante que o psicopata é vivido pelo jovem Freddie Highmore, a série já merece nota positiva. O ator faz nós nos afeiçoarmos ao personagem, e é absoluto no papel, incorporando todos os trejeitos do desajeitado e problemático personagem, anteriormente vivido por Anthony Perkins e Vince Vaughn. Outro lado bom da série é o fato dela não ser tão longa: é composta por cinco temporadas de dez episódios com duração de 45 minutos. Sem mais spoilers, recomendo de olhos fechados Bates Motel.